Aplicativos Mobile – Multiplataforma vs Nativo: Visão Técnica

Por dti digital|
Atualizado: Nov 2023 |
Publicado: Jan 2016

Continuando a nossa discussão sobre aplicativos nativos x multiplataforma, e respondendo a algumas perguntas recebidas, vamos para uma visão mais técnica do assunto. A ideia é apresentar as principais características de cada um desses tipos de aplicativos.

O que são aplicativos nativos?

Como dito anteriormente, aplicativos nativos são aqueles desenvolvidos em plataformas específicas para cada sistema operacional. Ou seja, o aplicativo é exclusivo para iOS, ou para Android, ou para Windows Phone etc.

Quais são as vantagens e recursos dos aplicativos nativos?

A maior vantagem dos aplicativos nativos é, sem dúvida, a sua performance, pois são compilados em código de máquina da plataforma. Além disso, ele podem interagir com todas as ferramentas disponíveis no sistema operacional e com o hardware dos dispositivos. Isso resulta em um aplicativo muito mais integrado com a plataforma, pois o desenvolvedor possui acesso a rotinas em background, processos de sincronização automática, gerenciador de credenciais, comunicação entre diferentes aplicativos, desenvolvimento para wearables, entre diversas outras funcionalidades.

Quanto ao design e usabilidade, as empresas que suportam e desenvolvem os sistemas operacionais mobile evangelizam guias de estilização e diversos componentes  que, em teoria, aproveitam ao máximo os recursos do dispositivo. Esses guias também garantem uma experiência consistente entre aplicativos, de modo que o usuário final possa se familiarizar com a plataforma. Do ponto de vista técnico, não é possível reaproveitar o layout produzido para uma plataforma em outra. Entretanto, o desenvolvimento baseado nesses guias resulta em aplicativos que apresentam um visual consistente e comparável com as demais aplicações da plataforma.

Como funciona o desenvolvimento e quais são as ferramentas para aplicativos nativos?

Um problema encontrado no desenvolvimento de apps nativos é a necessidade de desenvolver um projeto para cada sistema operacional que se deseja disponibilizar o aplicativo. Embora muita gente pense o contrário, não é possível aproveitar o código de uma plataforma em outra (por exemplo, usar o código de um aplicativo iOS para gerar um aplicativo para Android). Talvez uma pequena parte seja possível de ser reaproveitada, mas a maioria do código não. Isso ocorre porque cada plataforma possui sua linguagem padrão de desenvolvimento (Objective-C ou Swift para iOS, Java para Android, .NET para Windows Phone etc), o que inviabiliza o aproveitamento de código. As lógicas de negócio obviamente se mantêm, mas a codificação é diferente.

Para desenvolver um aplicativo nativo, basta escolher a plataforma (ou plataformas) na qual deseja disponibilizar o app, criar uma conta de desenvolvedor na empresa proprietária (Apple, Google, Windows etc), baixar a IDE recomendada e começar a se divertir! As IDE’s mais famosas são o XCode para iOS, o Android Studio para Android e o Visual Studio para Windows Phone. No caso do iOS, você precisará obrigatoriamente de um Mac.

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O que são aplicativos multiplataforma?

Como dito anteriormente, aplicativos multiplataformas são aqueles desenvolvidos através de um framework e que são compatíveis com a maioria dos sistemas operacionais existentes (Android, iOS, Windows Phone, BlackBerry etc).

Quais são as características e divisão dos aplicativos multiplataforma?

Dentro desta lista de frameworks podemos distinguir dois grupos:

frameworks para a criação de aplicativos híbridos;
frameworks que geram código nativo.

No primeiro grupo podemos destacar, por exemplo, o PhoneGap, que possibilita o desenvolvimento de aplicativos utilizando HTML, CSS e JavaScript. De forma geral, os aplicativos híbridos são sistemas web que são encapsulados em um componente de visualização de páginas web nativo para cada sistema operacional. Desta forma, estes aplicativos possuem um acesso limitado às APIs do sistemas operacional, restringindo-se apenas à funcionalidades básicas como acesso à câmera, GPS e notificações, não permitindo um alto nível de customização. Nesse grupo podemos citar, além do PhoneGap, o Ionic, o Meteor, o Sencha Touch, entre outros.

Já o segundo grupo destaca-se por, através de um único código fonte, ser capaz de gerar código nativo para diversas plataformas. Isto significa que todos os elementos de layout serão traduzidos em elementos. Desta forma, o desenvolvedor que opta por estas soluções é obrigado a utilizar um ambiente de desenvolvimento totalmente à parte que irá englobar tanto a parte de criação de layout, quanto de código fonte propriamente dito. Pode-se destacar as plataformas Xamarin, React Native (desenvolvido pelo Facebook) e o Kony.

Frameworks e desafios no desenvolvimento multiplataforma:

A maioria destas soluções apresenta como propaganda a seguinte qualidade: “Faça uma vez, rode em todos os lugares!”. Entretanto, esta afirmação não pode ser considerada totalmente verdadeira. Após a “finalização” do desenvolvimento, percebe-se a necessidade de diversos ajustes para que seu aplicativo execute de forma correta em todas as plataformas suportadas. Sim, o Windows Phone irá te dar muito trabalho. Além disso, é importante destacar o alto custo de manutenção desta aplicações, que podem apresentar comportamentos e aparência totalmente diferentes dependendo do aparelho. Fator que se mostra muito reduzido no desenvolvimento nativo.

Outra desvantagem se deve ao fato da Google e Apple não estimularem este tipo de abordagem para o desenvolvimento de aplicativos. Dessa forma, um aplicativo multiplataforma pode apresentar um destaque muito menor nas lojas de distribuição (Google Play Store e App Store), por exemplo.

Aplicativo nativos x multiplataforma, qual escolher?

Diante da discussão entre aplicativos nativos e multiplataforma, é fundamental considerar, em primeiro lugar, as necessidades e objetivos específicos de cada projeto. Os aplicativos nativos oferecem desempenho e experiência mais otimizados, mas, por outro lado, podem exigir mais recursos e tempo de desenvolvimento para cada plataforma. Por outro lado, os aplicativos multiplataforma proporcionam uma abordagem mais econômica e rápida, embora possam enfrentar, no entanto, limitações em relação ao desempenho. A escolha entre essas opções dependerá, portanto, de uma análise cuidadosa dos requisitos do projeto, levando em conta, ainda, fatores como o público-alvo, o escopo da aplicação e as metas comerciais.

Independentemente da escolha, é importante ressaltar que o foco no desenvolvimento de uma experiência do usuário envolvente e a entrega de valor aos usuários finais serão determinantes para o sucesso do aplicativo, seja nativo ou multiplataforma. Por isso, atualizar-se sobre as tendências do mercado e as preferências do público garantirá que a decisão tomada esteja alinhada com os objetivos de negócio e o impacto desejado. Contudo, o mais importante é criar uma solução que, além de atender às necessidades dos usuários, ofereça uma experiência única e marcante.

Como definir que tipo de aplicativo é melhor?

Abaixo, você encontrará uma lista completa de critérios essenciais que podem auxiliar sua empresa na decisão entre desenvolver um aplicativo nativo ou multiplataforma.

  1. Objetivos do Projeto e Funcionalidades Necessárias:

    • Analise claramente os objetivos do seu projeto e identifique as funcionalidades essenciais que o aplicativo deve oferecer. Certamente, isso ajudará a determinar quais recursos são mais importantes e se eles estão prontamente disponíveis em ambas as opções de desenvolvimento.
  2. Público-Alvo e Ecossistema de Dispositivos:

    • Compreenda a fundo o perfil do seu público-alvo e os dispositivos que eles utilizam. Verifique se o seu aplicativo terá como foco um público com preferência específica por determinado sistema operacional ou se ele abrangerá diferentes plataformas. Ao tomar essa decisão, leve em conta as características e peculiaridades de cada plataforma, bem como as necessidades e comportamentos dos potenciais usuários. Uma análise detalhada nesse sentido permitirá direcionar o desenvolvimento do aplicativo de maneira mais estratégica, proporcionando uma experiência sob medida para os usuários e aumentando suas chances de sucesso no mercado competitivo de aplicativos móveis.
  3. Experiência do Usuário e Desempenho:

    • Considere a importância de oferecer uma experiência de usuário otimizada. Aplicativos nativos geralmente possuem melhor desempenho, o que pode ser relevante para garantir a satisfação dos usuários e o alcance dos objetivos do aplicativo.
  4. Cronograma e Orçamento de Desenvolvimento:

    • Avalie o cronograma e o orçamento disponíveis para o desenvolvimento do aplicativo. Desenvolver aplicativos multiplataforma de forma mais rápida e econômica é uma possibilidade, mas é essencial garantir que essa opção atenda aos requisitos do projeto. Ao optar por uma abordagem multiplataforma, certifique-se de que ela seja capaz de fornecer a mesma qualidade e experiência do usuário que se obteria com o desenvolvimento nativo. Além disso, considere também a escalabilidade do aplicativo e a facilidade de manutenção no longo prazo. A escolha entre aplicativos multiplataforma e nativos dependerá de diversos fatores, como o escopo do projeto, o orçamento disponível e a estratégia de lançamento. Sendo assim, ao ponderar sobre esses elementos, você estará melhor preparado para tomar a decisão que mais se alinha aos objetivos do seu aplicativo e ao sucesso a longo prazo no mercado.
  5. Recursos e Habilidades da Equipe de Desenvolvimento:

    • Verifique a expertise da sua equipe de desenvolvimento e se eles possuem conhecimento suficiente para trabalhar com ambas as abordagens. Se a equipe tiver mais experiência em uma das opções, isso pode influenciar na escolha.
  6. Manutenção e Atualizações Futuras:

    • Considere a frequência e facilidade das futuras atualizações e manutenção do aplicativo. Leve em conta que alterações podem ser mais simples de realizar em aplicativos multiplataforma.
  7. Acesso a Recursos do Dispositivo:

    • Verifique se o aplicativo requer acesso a recursos específicos do dispositivo, como câmera, GPS ou sensores. Os aplicativos nativos, por estarem diretamente integrados ao sistema operacional, geralmente possuem vantagens ao acessar recursos do dispositivo, o que pode ser crucial para a eficácia e eficiência de determinadas funcionalidades. Ao ponderar essa questão, considere cuidadosamente os benefícios e limitações de cada abordagem de desenvolvimento, garantindo que o aplicativo atenda às expectativas do público-alvo e proporcione uma experiência única e atraente.
  8. Visibilidade nas Lojas de Aplicativos:

    • Pondere o impacto da visibilidade nas lojas de aplicativos e considere as oportunidades de ser destaque em diferentes plataformas. Isso pode influenciar a decisão, especialmente em relação ao alcance do público.
  9. Estratégia de Marketing e Distribuição:

    • Avalie a estratégia de marketing e distribuição do aplicativo, considerando como cada abordagem pode afetar a exposição e a adoção do aplicativo no mercado.
  10. Previsão de Crescimento e Escala do Aplicativo:

  • Planeje o futuro do aplicativo e analise a previsão de crescimento e escala. Isso, para que, ajude a escolher uma abordagem que atenda às necessidades presentes e futuras do projeto.

Lembre-se de que a decisão entre um aplicativo nativo ou multiplataforma é crucial para o sucesso do projeto. Portanto, dedique um tempo adequado à análise dos critérios acima mencionados e tome uma decisão informada que esteja alinhada aos objetivos estratégicos de sua empresa e às expectativas dos usuários.

E aí, já sabe por onde começar o desenvolvimento do seu App? Qualquer dúvida, entre em contato com a gente!

Por: Magno Batista e Renan Ferreira
Revisão: Dandara Chaves

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