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Denise: Olá, tudo bem? Nós estamos aqui hoje com um convidado super especial nos Agilistas. A gente está tentando falar com ele há bastante tempo, e agora os astros estão em uma configuração favorável, em Libra, e a gente tem aqui o Alberto Campos. Tudo bem, Alberto?

Alberto: Tudo joia, bom dia.

Denise: E Schuster, obviamente. Tudo bem, Schuster?

Szuster: Tudo joia, Denise?

Denise: Gente, o Alberto agora ele está CIO da Serasa Experian, mas ele tem uma passagem por outras empresas, Localiza, por exemplo. Ele vai falar um pouquinho aqui da trajetória dele, dos desafios e aquele bem papo bem informal, a gente entender esses conceitos de gestão de complexidade, de Agilismo, como ele vê isso na prática, como a gente (vai) [00:00:54] para o dia a dia, para inspirar vocês, que estão com esse desafio de transformação digital, transformação cultural e outras transformações. Alberto, fala um pouquinho hoje: quais são os seus desafios, para a gente começar esse papo e começar a entrar nos detalhes.

Alberto: Quais são os desafios? São muitos. Primeiro, o desafio pessoal, eu trabalho em São Paulo, São Carlos, minha família fica em Belo Horizonte, e acho que esse é um desafio dos maiores. Eu tenho dois meninos, um de cinco e um de sete e sinto falta (dele) [00:01:31] todos os dias, então, tem que valer a pena. Mas eu diria, no ponto de vista profissional, a Serasa é uma empresa de 50 anos, ela entrou aí 50 anos atrás, foi formada para (ser birô) [00:01:46] dos grandes bancos, e agora a gente está querendo se transformar, então, eu diria, para resumir, ajudar a Serasa a ser uma startup com 50 anos, e isso não é fácil.

Denise: Uma boa síntese. E um excelente desafio, vai ser bem desafiador mesmo. Pois é, 50 anos, bem-sucedida. Se você tivesse que enumerar, quando você aceitou esse desafio.

Szuster: Desculpa, só um negócio. Isso a Serasa no Brasil, além disso, a Serasa faz parte de um grupo também que é super (tradicional, que é a) [00:02:17] Experian, acaba que influencia ou não a…

Alberto: Muito, influencia muito.

Szuster: Só para você terminar de definir o contexto.

Denise: É bom mesmo, porque a gente conhece a Serasa bem. Fala um pouquinho da Experian.

Alberto: A Experian é uma empresa irlandesa, surgiu na Irlanda.

Denise: Olha, não sabia. Irlandesa.

Alberto: Tem ação na bolsa de Londres, e tem toda a parte do desenvolvimento no Vale do Silício, nos Estados Unidos. Então a empresa que está presente em 47 países, a presença com sedes, mas ela atende mais de 130 países vendendo os produtos dela. É uma empresa de dados, ela vive especificamente de dados, de reputação, de segurança, de Machine Learning, tudo isso que a gente está ouvindo falar aí, então há 47 anos, a Experian começou a fazer isso, e há oito anos ela comprou a Serasa no Brasil; e aí temos um (roadmap) [00:03:14] de coisas para se fazer ao longo desses próximos anos.

Szuster: Mas a Experian já está mais avançada nessa questão de ser mais uma startup?

Alberto: Uma coisa muito interessante na Experian é que ela respeita muito a cultura local das empresas que ela adquire, que ela compra. Então a gente tem algumas unidades mais avançadas, a gente tem data labs espalhados pelo mundo, tem quatro data labs, um deles aqui no Brasil, um lugar muito diferente, um lugar que está respirando inovação o tempo todo, mas tem outras unidades que são mais à moda antiga, são mais baseadas em dados, em crédito, em um modelo muito anterior ao que a gente tinha. Então, a gente tem, sim, a gente convive com diversas culturas, a gente convive com diversos níveis de maturidade, tanto no desenvolvimento de sistemas, quanto na empresa mesmo, na gestão da empresa. Mas é interessante, semana passada eu estive em um encontro com o pessoal, para lançar o nosso novo ano fiscal, os desafios desse ano, o ano fiscal nosso não é ano-calendário, e é muito interessante ver perspectiva, produto diferente, uma série de coisas legais acontecendo. A Experian é considerada pela Forbes uma das dez empresas mais inovadoras do mundo, veja que a gente está lá junto com a Apple, Microsoft, Amazon e algumas outras, então é isso é bem legal. O novo Apple Pay que tem aí agora, ele tem parte da solução nossa, a gente tem algumas soluções muito interessantes. Mas como é uma empresa global, a gente tem um leque muito grande de produtos, não só os produtos para o mercado local, que é o que a gente conhece como Serasa, mas produtos de inteligência, Machine Learning, são muito avançados. E aqui, a Serasa, é interessante falar do conceito da cultura da Serasa porque, eu diria que além de fazer parte desse modelo global, o Brasil ainda não está muito avançado na parte de dados, de dados analíticos mesmo, puros; e a gente, infelizmente, até hoje não tem a lei dos dados positivos rodando, que poderiam acrescentar para a economia quase 2% de impacto direto em vendas por causa do financiamento através dos dados positivos, então o Brasil está muito atrás…

Denise: E o que são os dados positivos? Boiei.

Alberto: É interessante porque é outro desafio. Sempre você tinha na Serasa a questão de ter o seu nome como uma coisa ruim, então dos outros desafios que eu tenho é: a gente quer que o cliente venha para a Serasa, e nenhum cliente gosta da Serasa.

Denise: Que interessante, agora entendi. Fiquei imaginando um milhão de coisas.

Szuster: (Você quer) [00:06:07] mostrar que você é um cara bom, que você tem crédito, que você paga…

Alberto: Mas os países começavam muito a fazer isso, eles começavam a falar: quem não pagou uma vez, sela lá por quê foi, ele não tem um crédito bom e ele pode repetir isso algumas vezes. Então, a Serasa, durante muito tempo, a parte de birô de crédito no Brasil foi assim: você era negativado, você tinha um score ruim. E agora, com dado positivo, você vai ser avaliado pelo que você faz de bom, que é um critério muito mais justo. E isso depende de lei, depende de uma série de coisas. Mas, só aproveitando sua outra pergunta, eu brinco com o pessoal, como desafio de CIO da empresa, querer que as pessoas tenham nome na Serasa, e não mais tirar o nome da Serasa, (é um dos muitos) [00:06:50] desafios que a gente tem.

Denise: Muito bom isso. E foi isso que te atraiu?

Alberto: Foi.

Denise: Eu falo de você estar em uma empresa que ao mesmo tempo está avançada nessas questões, o Machine Learning, de tudo isso que a gente discute aqui, que é o que tem de mais (high-end) [00:07:06], foi isso?

Alberto: Isso também. Acho que (inint) [00:07:12] essa nova onda de dados, não tenho dúvida que é futuro. Então, eu queria muito conhecer isso, não conhecia, não tinha condições de exercitar isso na plenitude como faço hoje; e sim, é uma empresa grande também, uma cultura muito grande, mas o desafio de começar a ter esse novo modelo de trabalhar o ways of working que a gente tem, que a gente pode colocar, eu acho que é muito interessante. No passado eu tive uma experiência, e eu falei isso na minha entrevista, e acho que por isso eles me contrataram; dois motivos que eu acho que eles me contrataram: uma porque eu falei com eles: “poxa, vim para uma empresa em que eu não queria estar, deve ser bom para a gente transformar esse mindset, então eu quero ir para a Serasa, trabalhar na Serasa e quero passar a ter meu nome na Serasa, não como um cara que deve, mas como um cara que tem um portfólio interessante. Mas o outro é porque, há quase 20 anos, eu tive uma experiência de desenvolver um sistema com alemães, com indianos e com brasileiros, tentando diminuir o tempo de entrega, fazendo um projeto (inint) [00:08:18], e o projeto ficou uma droga, foi um fracasso completo, e acho que a gente não tinha tecnologia, não tinha maneira de fazê-lo, e hoje acho que a gente tem como fazê-lo, então o Brasil está começando a ser, nós estamos mudando esse conceito de país do jeitinho para o país que pode sustentar a gente, (como a) [00:08:36] Experian global, semana retrasada, a gente conseguiu desbancar os indianos e eu estou levando para (São Carlos) [00:08:42] o desenvolvimento da solução de (billing) [00:08:44] global para São Carlos.

Denise: Que notícia. Desbancar os indianos não é para qualquer um.

Alberto: O preço unitário deles é muito interessante, a qualidade do serviço deles individualmente não tem dúvida, mas quando a gente fala para trabalhar em grupo, o TCO, o Total Cost of Ownership, nosso está sendo muito interessante. E quando você começa a entregar rápido, a entregar com valor, bem na cultura ágil dos Agilistas, fazer os sprints comprometerem, aí acho que não tem dúvida que dá para funcionar.

Denise: E essa cultura ágil, é uma coisa Brasil ou isso é geral?

Alberto: Então, nós temos agora um projeto para colocar isso geral, começando pelo Brasil.

Denise: Por que começando pelo Brasil?

Alberto: Porque eles acharam que a gente aqui estava mais preparado para isso. Tem um projeto global, e eles querem que a gente faça isso, que a gente faça a plataforma, (inint) [00:09:37] uma série de coisas a partir do Brasil. A gente na Serasa já trabalha dentro da TI com 100% Ágil, em tudo, inclusive infraestrutura, com SRE, é um modelo bem diferente (de) [00:09:48] Devsecops. Muita coisa deu certo, uma porrada de coisa deu errado também, mas a gente foi aprendendo para fazer isso, então o Brasil está passando a liderar essa transformação.

Denise: Me veio até uma questão que eu nunca tinha pensado antes: você acha que o Brasil, a cultura brasileira, é mais adaptável à proposta do Ágil?

Alberto: Muito mais, eu acho que sim.

Denise: (Por causa dos times) [00:10:13], de autonomia?

Alberto: Não só por isso. Tem um lado bom e o lado ruim, eu faria um resumo um pouquinho diferente. Tem muita gente que fala que o brasileiro e o Brasil é o país do jeitinho. Olhando pelo lado negativo, sim, isso é ruim, a gente tem que combater, mas olhando de um outro lado da moeda, nós somos um país de pessoas muito resilientes, em que aprendizado e retrospectiva é muito grande. Então, se a gente conseguir aproveitar esse lado bom, eu acho que a gente tem muita vantagem. Os ingleses são muito metódicos.

Szuster: Somos flexíveis, não é? Flexibilidade…

Alberto: Bem mais flexíveis. Ajuda.

Szuster: Faz parte da brincadeira do Ágil ser flexível. Lidar melhor com o erro, lidar melhor com falta de planejamento, lidar melhor com falta de (prescrição) [00:10:56]…

Denise: Ou improviso…

Alberto: Exato. E a convivência também, a gente compartilhar algumas ideias, algumas coisas, de uma maneira mais fácil do que os…

Szuster: Alberto, uma curiosidade, quando você fala em (ficar Ágil) [00:11:08], vocês estão conseguindo avançar com um modelo além da TI? De redesenhar a empresa em termos de squads mesmo.

Alberto: A gente está, mas muito devagar. Veja, é interessante, existe um livro chamado DNA das Organizações que eu li, eu recebi de presente quando eu comecei em uma empresa global e eu recomendo para todo mundo que for trabalhar em uma empresa global, leia esse livro, porque ele traz muito a questão de formação cultural e o quanto ela influencia na tomada de decisão naqueles países. Então, Schuster, acho que sim, a gente tem uma série de coisas, vantagens que o Brasil tem para fazer isso. Ao mesmo tempo, algumas outras áreas são mais de controle, e aí é o grande desafio, a gente trabalha com dados, a gente trabalha com reputação. Então, os controles, segurança, compliance, risco, eu tenho, pelo menos, 50, 60% do meu tempo são reuniões de risco, compliance, controle, segurança.

Szuster: O negócio é muito apoiado nisso, não é?

Alberto: Muito. Reputação, 50 anos de reputação e boa reputação, sem ter vazamento de informações é muito importante, ainda mais com a LGPD agora, isso é muito importante. Então, se de um lado eu tenho que manter controles, e do outro eu tenho que dar agilidade, isso é meio antagônico.

Denise: Uns paradoxos, não é?

Alberto: Eu dou um exemplo: velocidade inversamente proporcional à segurança. Você quer aumentar a segurança da sua casa, coloca uma porta, dois cachorros, três tetra-chaves, quando você for entrar, você vai gastar cinco vezes mais o tempo. Então, conseguir equilibrar isso é muito difícil. Mas a gente conseguiu com alguns squads menores, algumas (BUs) [00:12:49] menores, então tem uma parte de marketing funcionando bem. A gente tem uma unidade de atendimento ao consumidor que é mais ágil, ela roda em Blumenau. Agora, crédito birô, até pela plataforma monolítica, mainframe, alguns outros aspectos fazem com que a gente tenha muita coisa para se fazer. O que é mais importante para mim é o desejo que a autogestão tem de fazer isso, e a gente já mostrou que é possível. Então é um processo, a gente vai demorar um tempo, a TI já virou, agora as unidades de negócio têm que virar. A gente escolheu Framework LeSS para fazer implantação em toda a empresa, em que o PO na área de negócio acaba tendo um papel muito importante. Mas eu vou ter que mexer em cargos, salários, incentivos.

Szuster: (Estrutura) [00:13:37] de incentivos, não é?

Alberto: Sim, direção e comando. Mas a empresa está querendo. Uma coisa interessante, e aí a gente fala em Agilidade, fala em MVP, eu acho que resultado gera credibilidade, que te gera oportunidade de fazer de novo, e aí você retroalimenta esse ciclo positivo. Então, a gente conseguiu fazer isso no (BU) [00:13:56], deu um resultado legal, esse resultado está dando mais oportunidade e a gente vai fazer, vai estender.

Szuster: Vai disseminando pelo exemplo.

Alberto: Mas não é fácil. A gente sabe que mudar não é fácil.

Denise: Sabe algo que tem chamado muita atenção? A TI puxando o desenvolvimento da organização em todas as suas esferas, você acabou de falar, “(vamos ter) [00:14:18] que investir em sistema de recompensas, de bonificação, dos incentivos. Como é a relação lá na Serasa entre RH, DHO, TI?

Alberto: Também é um processo de transformação. A gente está aprendendo muito juntos, diria isso. Pessoas, números, tecnologia, conviver isso em uma salada é uma salada com vários sabores. Então, eu tenho um parceiro agora na área de RH que está nos ajudando muito nesse processo de transformação da Experian, ele veio da área de tecnologia, ele foi um cara de negócio…

Denise: Olha que interessante. (Isso é tendência) [00:14:59], pelo jeito.

Alberto: Foi para a área de RH, e ele está trabalhando conosco hoje, trabalhou em algumas empresas, algumas startups, ele está trazendo uma pegada muito interessante para a gente. E aos poucos a gente está montando os squads, (com) [00:15:12] projetos específicos em que você convida as pessoas das diversas áreas, e elas ficam lá conosco e depois elas vão multiplicar isso dentro das áreas. É um dos caminhos que a gente está utilizando.

Denise: Você teve participação na escolha desse perfil?

Alberto: Sim. A gente teve. A gente faz muito lá em conjunto, eu tenho um presidente que incentiva muito isso, que delega muito isso. Mas foi bem legal, acho que a gente está fazendo um trabalho legal. Ele (tem só um mês) [00:15:40], mas já deu para ver que a gente vai ter muita coisa para fazer junto.

Denise: Se você tivesse que começar uma empresa do zero, liberdade total para montar uma equipe, a estrutura, tudo do seu jeito, como é que seria?

Alberto: Nossa, é difícil. A gente estava falando de futebol um pouquinho antes.

Denise: Ótimo o papo do futebol.

Alberto: (Mas acho seria igual no futebol) [00:16:00]. A gente tem que saber que tem diferentes perfis para diferentes posições. Não dá para você querer ter 11 centroavantes marcando o gol, que você vai tomar muito gol. Então, acho que a gente tem que ter um equilíbrio, tem que ter isso, mas para mim o mais importante não é o hard-skill, é o soft-skill. Eu teria gente de atitude.

Denise: Boa. Vamos falar de soft-skills.

Alberto: Primeira coisa que eu olho é atitude. Segunda, é os mesmos valores. Se a gente consegue ter os mesmos valores, aí acho que é importante.

Szuster: Só um comentário. A gente conversou outro dia, você conhece Eduardo Magalhães, da Kinross?

Alberto: Sim.

Szuster: Eduardo Magalhães foi colega meu, a gente conversou com ele outro dia, ele falou isso: que a empresa contrata pelas competências e demite pelas atitudes. Ou seja, (devia) [00:16:46] olhar mais a atitude antes de contratar também, não é?

Alberto: Até porque, gente, o mundo hoje tem conhecimento para tudo quanto é lugar, então se você está disposto, você acaba adquirindo conhecimento, você acaba trazendo algumas coisas, mas atitude e valores pessoais é difícil, você vem do berço, então não dá para transformar.

Denise: E demora um tempinho também, para você contratar uma pessoa até as atitudes… É fácil analisar um currículo, uma faculdade de primeira linha, está lá, mas a atitude você vai ter que esperar, observar…

Alberto: Mas você sabe, existe um negócio no RH, é muito interessante, eu aprendi isso, existe uma entrevista chamada entrevista por competência, então a pessoa vai falando da vida dela, você consegue ver algumas atitudes e alguns valores que ela tem.

Denise: Ler nas entrelinhas.

Alberto: É uma conversa igual a gente está tendo aqui. Você descobre muito nessas conversas. Eu, ultimamente, tenho entrevistado gente em São Carlos, e eu não faço a entrevista sentado em sala, não. Eu saio com o cara, ou a gente vai almoçar, ou a gente vai visitar alguma coisa, ou ele vai ver um projeto junto comigo. E durante essa convivência, a gente consegue tirar algumas coisas.

Szuster: (inint) [00:17:56] uma amostragem mais real do que ele é.

Denise: (Vem) [00:17:58] um feeling também, não é?

Szuster: Do que ficar sentado formalmente conversando.

Alberto: “(inint) [00:18:03] em casa, o cara vai me perguntar por que eu saí da minha empresa”, e é diferente, a gente não quer saber isso. Agora, a terceira coisa que eu faria em uma empresa do zero é ter um sonho comum com essas pessoas. Conseguir trazê-las para a gente montar uma coisa legal juntos, acho que não é só o salário que traz as pessoas para o dia a dia, tem que valer a pena, tem que dar tesão, tem que gostar. (Não pode) [00:18:26] falar palavrão aqui, não é?

Denise: Pode. Pode tudo.

Alberto: Tesão não é palavrão.

Szuster: Depois ele coloca um pi ali.

Alberto: Mas acho que isso ajuda as pessoas a darem um pouco mais, a ficar depois do tempo, a chegar em casa, falar com a família o que ela está fazendo de diferente. Isso faz muita diferença.

Denise: Na Serasa Experian o propósito é claro, vocês estão fazendo isso, estão trabalhando nesse sentido ou não? Isso já é uma questão compartilhada mundialmente?

Alberto: Mundialmente, nós estamos montando um novo propósito, esse evento que a gente teve…

Denise: Nos interessa.

Alberto: A gente está fazendo isso mundialmente. E localmente a gente tem algumas coisas, a gente tem algumas iniciativas, inclusive na TI há um ano, um pouco mais de um ano atrás, quando eu cheguei lá, a gente montou algumas que a gente queria fazer. Uma delas é isso, a gente quer mostrar que o Brasil pode, tem condições intelectuais e de modelo para atender algumas coisas globais, coisas que a gente nunca teve. E aí a gente conseguiu agora, semana passada, isso. Mas eu diria para vocês, como empresa, a Serasa Experian, acho que ela tem uma missão de ajudar as pessoas a atingir o sonho delas, seja o financiamento de uma casa própria, seja o cara que é estagiário que quer aprender (hadopi) [00:19:40], seja o cara que está (aqui fazendo) [00:19:42] um estágio e depois sair da empresa. Então, acho que esse é um dos propósitos que a gente tem como companhia aqui no Brasil. Realmente ajudar através de crédito de dados, de informação e de conhecimento, as pessoas atingirem seus objetivos e seus sonhos, e isso faz toda a diferença. Eu não dou um score, o score tem um motivo para a pessoa querer melhorar de vida, ter uma outra casa, um carro.

Szuster: Alberto, uma curiosidade que eu tenho é o seguinte, essa transformação digital está acontecendo em todo tipo de segmento, a gente, olhando no nosso próprio portfólio de clientes, tem desde mineração até construtora, tem empresa que tem consumidor final. Eu tenho curiosidade de entender o seguinte: você já passou por mais de um segmento, não é? No caso, por exemplo, da Experian, essa mudança é muito por causa da pressão que você sente de consumidor final, alguma coisa desse tipo? É ameaça de startups? Que às vezes alguém pergunta: o que está causando a mudança para vocês, em relação aos outros segmentos que você atuou, é diferente?

Alberto: Então, é interessante, de trás para frente: já trabalhei em segmento industrial, serviço, financeiro, estou voltando para o financeiro agora, um pouquinho de saúde também, durante uma fase curta, e agora voltei para um segmento financeiro, mas de alta tecnologia, porque a gente é uma empresa que hoje vende software, tem um monte de coisas aí que eu sou concorrente, até de grandes empresas de software. Mas como o nosso produto principal é base para essa transformação digital, não tem como eu não fazê-lo. Se as empresas estão se transformando digitalmente, então não dá para continuar tendo sistemas que eu vendia, que eram monolíticos, e que você recebia daquela maneira, então, flexibilidade, adaptabilidade, para sustentar essa transformação é muito importante. A gente tem um produto que acompanha a jornada digital de uma empresa desde o levantamento de leads, de prospects, dentro de um segmento, de uma região do mercado, até a qualificação desses leads, uma base de dados mais eficiente e depois uma correlação através de Machine Learning dentro do ambiente desses clientes. A gente tem uma plataforma na nuvem hoje que eu pego dados dos clientes anonimizados, enriqueço com os dados que eu acho que são correlacionados, entrego para eles modelos para que eles possam usar isso no dia a dia. Então, respondendo sua pergunta: como a gente é um fornecedor importante nesses processos digitais ou não, como as empresas estão se transformando…

Szuster: Vocês estão no ecossistema das outras empresas. Ou seja…

Alberto: (Nós estamos o tempo todo) [00:22:29].

Szuster: Existe uma pressão até para vocês (virarem) [00:22:30] uma plataforma mais fácil, igual um open banking da vida…

Alberto: Exatamente.

Szuster: Open (buru) [00:22:36].

Alberto: Mais ou menos por aí, se a gente pensar é isso mesmo.

Denise: Você falou dos dados anonimizados, o que você acha que é tendência? O consumidor final, o cenário é mais para ele abrir mão dos dados em função de mais serviço, de mais personalização, ou você acha que a tendência é para o extremo disso? Da pessoa ter consciência do valor do dado e aí se fechar para isso. A gente estava vendo algumas palestras um dia desses, falando que os milionários americanos já entenderam isso, então eles não querem os dados mesmo… Entendi o que você diz de ser anônimo, mas estão pressionando o caminho oposto disso.

Alberto: Existe aquela tendência do movimento em pêndulo. Você vai de um extremo a outro até atingir o equilíbrio. Acho que a gente está passando por várias ondas, e a principal delas é ter credibilidade e reputação. O Brasil sem LGPD é uma coisa muito ruim porque os seus dados hoje estão sendo analisados por alguém que você não sabe, e estão tirando conclusões a seu respeito, ou pessoas que têm clusters similares aos seus. Então, primeiro, uma legislação robusta e moderna é muito importante para a gente ter os dados preservados, que são artigos importantes que a gente tem. Mas, de novo, é uma jornada, existe um processo de amadurecimento nesse ciclo todo. A questão hoje de internet, dos dados, ela vai ficar pior, Denise, porque o 5G, a quantidade de dados que vai transitar e a maneira como eles vão ser usados é uma coisa que a gente nunca vi. A gente já teve mostras na Experian, o bom de uma empresa mundial é isso, a gente tem…

Denise: Tem os seus laboratórios, antecipa…

Alberto: É, tem os seus laboratórios, tem isso tudo. E, gente, não dá para descrever para vocês o que acontece nesse movimento de 5G. Então, eu acho que no futuro, quando a gente tiver uma questão de legislação, de reputação, de credibilidade maior, a gente vai aceitar que alguns dados sejam compartilhados. Principalmente dados de saúde, eu vou dar para você exemplo de saúde, por que eu não vou compartilhar um dado meu de saúde, sobre um problema que eu tenho ou uma virtude que eu tenho?

Szuster: Pode te ajudar (em alguma) [00:25:06]…

Alberto: Pode me ajudar e ajudar outras pessoas. Agora, de repente, eu não quero dar meus dados de conta bancária. Então, acho que a gente vai ter que segmentar, vai ter que entender, vai ter que ter um nível de governança, de lei, que suporte isso muito bem. Mas até lá a gente vai passar por altos e baixos que são ruins. Mas eu vejo a LGPD como um grande primeiro passo no mercado brasileiro para isso, assim como as leis em outros países, e a gente precisa agora evoluir um pouquinho em algumas questões que estão ainda sem controle, por causa da evolução muito rápida da tecnologia e dos softwares. 5G é uma nova revolução, gente, tenham certeza disso.

Szuster: Vai amplificar mais ainda.

Alberto: Muito, e de diversas formas que a gente não sabe ainda, a gente não descobriu.

Szuster: É aquela história da complexidade, a gente não sabe das novas interações que vão surgir, as novas possibilidades.

Alberto: Nós estamos em um movimento caórdico. O caos antes da ordem. Até chegar a ordem você acha que tudo é caos.

Denise: E talvez não chegue, não é? Talvez o caórdico seja o nosso novo estado. Eu queria voltar um pouquinho quando você fala, eu gostei muito da questão de ter que ressignificar o que é estar no Serasa, esse estigma e tal, então, obviamente, vocês estão fazendo um trabalho de branding, como é essa consciência da marca? Eu vejo que muitas empresas custam a entender que o maior (ativo) [00:26:39] delas é a marca, é o nome. Você está falando “a nossa moeda é a reputação”. Como é essa consciência de marca na Serasa? Na Experian era maior, na Serasa era, ou, na verdade, vocês estão construindo algo novo agora?

Alberto: É interessante isso, porque foi uma das primeiras perguntas que eu fiz no meu processo da Serasa. Por que a Serasa não mudou de nome para Experian? Porque, exatamente, Serasa hoje é um nome de muita reputação. 50 anos de reputação, 50 anos de condução. É um (ativo) [00:27:15] extremamente importante para a companhia, e isso a gente não vai abrir mão nunca. A gente não vai ser aventureiro, como várias outras empresas (tem) [00:27:23] no mercado, a gente não vai fazer isso, porque agora com o LGPD as coisas vão começar a fazer sentido. Então a gente investe muito para manter essa reputação, e isso é um dos alicerces da nossa marca. Já a Experian traz para a gente essa pegada de tecnologia global, futuro, agilidade. Então, conviver com essas marcas e fazer uma transição, uma convivência harmoniosa, não é fácil. E a Experian, é muito mais fácil chegar para os seus pais e falar: “passem a ser Experian”, e a gente não faz isso, a gente mantém a identidade daquele país e depois vai agregando alguns atributos, que vão ajudar a marca a se consolidar dentro do que a gente está querendo. A gente está passando exatamente por esse processo agora, trazendo uma (inint) [00:28:07] tecnologia muito grande, com LGPD, que vai nos ajudar muito a diferenciar. Então, Denise, é um trabalho grande, intenso, extenso, e a gente está ainda começando esse trabalho Serasa-Experian, vocês vão começar a ouvir falar mais de Serasa Experian do que a gente ouvia antes, ouvia mais Serasa. Então isso vai ser interessante. É preocupação constante, daí a necessidade de falar de propósito, de agilidade, de tecnologia, de evolução.

Denise: E em relação a pessoas, atração de talentos, que acaba que isso que você está falando… deixar mais claro o propósito, o que significou, por que continuar com Serasa, (ter) [00:28:52] Experian, o que isso significa? Como é hoje o desenvolvimento de pessoas na Serasa, vocês têm encontrado os talentos, as pessoas…

Szuster: E complementando, você viu uma notícia que circulou, deve ter um mês, que não é novidade, o gap de profissionais de TI que vai ter… O Brasil está com desemprego, acho, de 13% e o desemprego na área de TI é 0. E tem uma associação, que eu esqueci qual é, que ela estima não sei quantas mil vagas e as faculdades já não entregam a capacidade, sendo que o que elas entregam, só 50% serve para o mercado. Ou seja, (inint) [00:29:40] não serve para o mercado. E uma empresa que é pura tecnologia, que eu estou entendendo que a Serasa é pura tecnologia, no final das contas, e cada vez mais. O que se faz em um cenário desses?

Alberto: Essa é a pergunta de um milhão de dólares hoje, não é? A gente passa pelo mesmo que, acho, todas as empresas de tecnologia estão passando hoje. Só que tem um pouquinho, e eu acho que a gente está tentando dar uma abordagem um pouquinho diferente, a nova geração hoje não quer aposentar no primeiro emprego, mas ela quer ter boas experiências, ela quer estar conectada com a gente, ela quer (inint) [00:30:20]. Então, o que eu estou falando com vocês aqui é uma semente muito dentro da TI, eu convido a pessoa estar conosco na próxima jornada, como eu sou mineiro, lá todo mundo é paulista, eu falo “deixa eu te contar um causo: eu sou de Minas, eu peguei o trem, saí de Belo Horizonte, tive várias paradas e vim para São Paulo. A gente vai fazer a mesma coisa aqui agora, eu tenho nos próximos (inint) [00:30:41] ou nos próximos quarters, para já começar a colocar um pouco de pegada Ágil, eu comecei a transformar os termos lá em termos mais conhecidos do mundo Ágil, então, falei: “vou ter tantos (inint) [00:30:52] para entregar isso aqui. Então estou te convidando para pegar esse trem conosco até aqui…”

Szuster: Um desafio ali, não é?

Alberto: Um desafio, com essas regrinhas aqui, que são simples…

Szuster: Não é a definição da vida, não?

Alberto: Não, porque normalmente as pessoas antes, na minha época era muito assim, e as pessoas vêm e vão trabalhando com a gente durante essa jornada. Quando a gente chega na jornada e foi ok, faz a retrospectiva, a gente fala com eles de novo: “cara, nós temos mais um desafio, vamos para frente, vamos junto?”, se não o cara pega outro trem, quem sabe a gente vai encontrar em uma outra estação, e isso acontece muito. Eu tive um cara que foi trabalhar comigo agora, recentemente, durante três, quatro meses, e foi para fora, trabalhar no Google, nos Estados Unidos, mas ele falou que estava indo lá porque a gente tinha uma proposta interessante para essa jornada com ele. Então, veja, cada vez mais, a gente está muito colado nisso nas pessoas, “tem essa jornada, eu te ajudo a aprender aqui, e a gente vai para a próxima”. E aí o modelo Ágil para a gente lá na Experian, a gente fala de framework de implantação como metodologia, mas para a gente é muito mais uma caixa de ferramentas que a gente tem lá na Experian, quem já foi lá sabe. Então eu tenho lá o que a gente chama de Toolbox 360, foi uma ideia do pessoal de lá, que eles falam todas as ferramentas que a gente tem, e a pessoa coloca um post-it falando: “eu conheço essa ferramenta, e eu estou interessado em aprender essa outra”. E aí a gente faz um match dessas pessoas e chama elas para trabalharem em um projeto. Então a gente ajuda a desenvolver as pessoas, e alguns projetos são reais e na prática, com isso a gente vai adicionando o que o Szuster falou, que é a falta de conhecimento, de prática e de técnicas que a gente desenvolve lá. Mas a carência de bons funcionários é grande. Eu estou voltando a fazer uma coisa interessante lá em São Carlos que a gente está em um ambiente de muito boas universidades, UFSCar, Federal, USP, aquela região é muito boa, mas os profissionais são muito disputados, e eu estou trazendo um projeto de voltar a treinar programadores antes do superior, a gente os ajuda, financia essas caras, porque muitos deles são pessoas carentes, que não tem grana para ir para a universidade, então a gente, de novo, ajuda a pessoa a atingir seu objetivo. A gente vai lá nas escolas, chama eles, treina lá no ambiente, eu tenho professores da UFSCar, de algumas outras escolas, de parceiros meus que vão lá dar aula, a gente seleciona algumas pessoas, eu trago alguns para a Experian, os parceiros levam outros e aí a gente vai tentando fomentar isso. É o que a gente está podendo fazer hoje.

Denise: Alberto, então o diploma ainda é importante?

Alberto: Não. Conhecimento é mais importante. O papel, para mim… Nunca foi, Denise, eu sou meio… Eu acho que a pessoa que corre atrás, que tem a atitude de querer aprender e consegue, é importante. Agora, eu seria irresponsável se eu não falasse que na sociedade hoje o diploma não é importante; é importante para várias empresas, para várias coisas, mas para entregar um resultado não. E aí eu volto para vocês o seguinte: com quem vocês preferem fazer uma viagem, sei lá, de balão, asa-delta, de (inint) [00:33:58], o cara que tem um certificado, PhD, estudou sentado em uma sala de aula 200 horas, ou um piloto que voou mais de 200 horas? Então, experiência, conhecimento, atitude, acho que é importante. No dia a dia, adaptabilidade, a capacidade de reagir, é mais importante do que a teoria em uma sala de aula, até porque (nós damos aula em uma escola) [00:34:16], o modelo de escola para mim…

Denise: Esse é um ponto que a gente precisa discutir com mais frequência. Não sei se é o Google ou Amazon, já não considera o diploma na sua avaliação. É o que você falou: é a atitude, é o dia a dia, o período de experiência que vai mostrar se a pessoa está apta ou não, e às vezes eu tenho a impressão de que quem está prolongando o modelo das universidades é o RH, cobrando o diploma. E eu sou professora, então eu falo de um lugar que não é confortável, sou professora da PUC, da Fundação Dom Cabral. A gente entrevista muito vocês e falamos sobre isso, mas a pressão está sobre todos os setores da sociedade, então é um recado…

Szuster: A universidade em que o cara está formando, às vezes, é mais um sinalizador de que você imagina que aquele cara é bom, já que ele formou lá, do que você estar preocupado com o que ele fez lá, a verdade é essa. Você vai (inint) [00:35:24] “esse cara deve ser bom, que ele conseguiu formar não sei aonde”, mas você não fica…

Denise: Não tem um peso do que já teve.

Szuster: É mais: esse cara deve ser bom. Se tivessem outras dicas, outras coisas que sinalizassem isso, é igual para a gente aqui na DTI, é totalmente irrelevante, nesse sentido, a formação; por outro lado, ela fica importante mais porque os bons ainda tentam ir para as melhores faculdades, e aí você pensa: “vou nas melhores faculdades e pego…”, mas o dia em que isso for acabando, eu fico sempre pensando, o cara vai, monta o currículo dele hoje na internet, faz um tanto de coisas do Cousera, coisas de não sei aonde, me faz um currículo, às vezes, muito mais legal do que qualquer… Mistura humanas com desenvolvimento, com não sei o quê… Às vezes um cara desses vai ser melhor do que… E hoje dá para montar cada currículo, e dá para ter aula com o melhor professor do mundo em cada coisa. Só um comentário que eu acho bacana: o Nassim Taleb em um livro dele, que eu não lembro qual, ele fala uma analogia interessante: antigamente, por exemplo, você queria escutar um cantor de ópera, então você tinha a opção de escutar na sua cidadezinha um cantor de ópera; de repente, quando começaram a gravar discos, você podia escutar o melhor. Isso acabou com os locais, coitados. Porque você para ouvir ópera tinha opção. Eu fico brincando que hoje professor, para mim, vai acabar enfrentando isso. Hoje você pode ter aula com o melhor professor. Não é que você tem que ter aula com um professor, você vira e fala: “cara, eu quero aprender sobre estratégia não sei o quê”, você vai no Coursera e acha o curso do cara que escreveu o melhor livro e assiste ele ali. Por que você precisa se matricular em algum lugar local para ter uma aula que o cara vai estar baseando no livro do cara? Isso acho que muda para caramba.

Denise: Isso aconteceu com a gente. Há 20 anos, eu li um livro do (Humberto Mariotti) [00:37:17] sobre (inint) [00:37:18] de complexidade e fiquei louca para ter aula com o cara, mas ele só dava aula em São Paulo. Aí depois, um dia eu entrei no LinkedIn e falei “vou ver se ele está com algum curso aberto, que agora eu posso ficar em São Paulo, fazer um curso com ele”, ele falou “não, agora eu só estou atendendo pelo Skype”. E aí a gente entrou em um programa de mentoria com ele.

Szuster: É um ótimo exemplo, você vai direto nele, não precisa nem da instituição.

Denise: Vai direto na fonte. E de onde ele grava? Da casa dele, sem um grande equipamento e é maravilhoso. Então, acho que os Agilistas, a gente pega essa linha mestra do Agilismo, mas é sobre todas essas transformações e desafios. A gente tem aqui um CIO dando aula para nós de DHO, de Desenvolvimento do Negócio, e ele falando de uma pessoa de RH, que tem uma formação uma técnica. (Isso são alertas) [00:38:12]. Como é ser relevante nesse mundo caórdico, que você colocou tão bem, Alberto. A gente tem aqui um minutinho para você fechar…

Alberto: Já? (Foi rápido) [00:38:22].

Denise: Passa muito rápido, não é? Sinal que foi bom.

Alberto: Passa rápido. Isso é legal.

Denise: O que você gostaria de falar, Alberto, para quem está em uma empresa que já entendeu que tem que mudar, mas a empresa, a liderança, pode ter até entendido, mas não está fazendo o movimento para a mudança. A gente estava vendo, qual foi a estatística? (Deloitte) [00:38:46], falando da consciência da mudança. Repete para nós, Szuster, acho que você até falou no último episódio.

Szuster: É um negócio interessante, tem uma estatística recente, você pesquisa com todo executivo, sei lá, 82 ou 88% de todo mundo fala que vai ter (inint) [00:39:00], que tem que mudar, etc. Aí os caras fazem uma pesquisa com a percepção de quem está na empresa, se está tendo alguma mudança, que é um bom jeito de saber se está acontecendo alguma coisa. E aí você tem 20 e poucos por cento, você tem um gap de execução gigante, que é a grande dificuldade de toda empresa grande que é pegar um modelo que trouxe ela até aquele momento e mudar isso. É muito difícil.

Alberto: Principalmente o sucesso.

Szuster: Porque não é chegar e falar que o passado não estava certo, é porque o mundo mudou. Mas é difícil. Esse desapego o cara tem que fazer até virar budista.

Denise: Não dá. É isso que a gente gostaria. Para essas pessoas que estão conscientes, mas ainda não estão conseguindo fazer a mudança, começar esse movimento, qual é o teu conselho, a tua dica?

Alberto: Acho que começar pequeno. É o que a gente fala dos MVPs na Agilidade. Mas eu gosto de simplificar isso falando que resultado gera credibilidade, que te gera oportunidade de fazer de novo. Então, o resultado de uma coisa pequena vai te dar credibilidade e vai te dar oportunidade de fazer uma coisa um pouco maior, e assim sucessivamente. Acho que a gente não precisa querer que a empresa faça a transformação toda, eu posso começar no meu setor, no meu departamento, eu posso usar um Kanban, um Lean, eu posso estudar, eu posso estar preparado, eu posso me capacitar, eu não tenho mais que esperar o meu chefe ou a empresa, eu estou vendo o movimento do mundo. Então, se pudesse dar uma dica é essa. E não esquecer que nesse processo a retrospectiva é muito importante, humildade de parar, de reconhecer o que está certo, o que está errado e fazer hoje melhor do que ontem, e amanhã melhor do que hoje, isso tem que ser constante na nossa vida. Eu acho que eu falaria essas duas coisas muito simples: resultado, credibilidade, oportunidade, gira a roda, faça a retrospectiva.

Szuster: Criar o círculo virtuoso ali.

Alberto: E cria o círculo virtuoso. Aí, automaticamente as pessoas vão se engajando nessa transformação e acaba que ela fica legal. Aí tenha paciência, porque as pessoas mudam na velocidade que elas querem mudar. Não adianta você tentar fazer com que o outro mude muito rápido, porque às vezes ele nem consegue, nem tem visão para aquilo. Mas é isso. Eu espero ter contribuído, obrigado pelo tempo. Passou tão rápido, eu queria fazer umas perguntas para vocês e não consegui.

Szuster: Foi ótimo.

Denise: Obrigada. Pessoal, foi demais, não é? Se você ficou com uma dúvida, quer mandar o seu feedback para nós, a gente insiste nisso, porque para a gente evoluir precisa do seu feedback, precisa dessa análise, a nossa retrospectiva. E continue com a gente, se você ainda não compartilhou os nossos podcasts, manda aí para os seus colegas, a gente tem recebido muito incentivo, não é, Szuster? A gente quer fazer outros programas relevantes para vocês. Então, você ouviu Os Agilistas.

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