As 10 heurísticas de usabilidade
Muito se discute sobre a democratização da tecnologia e a melhoria na qualidade de vida que ela provê à sociedade. Com isso, surge a preocupação e o cuidado que devemos ter ao aplicar a heurística de usabilidade, visando oferecer qualidade para os usuários de produtos digitais.
Sumário
- 1 O que são as heurísticas de usabilidade?
- 2 As heurísticas de Nielsen
- 2.1 Visibilidade do estado do sistema
- 2.2 Compatibilidade entre o sistema e o mundo real
- 2.3 Controle e liberdade para o usuário
- 2.4 Consistência e padronização
- 2.5 Prevenção de erros
- 2.6 Reconhecimento em vez de memorização
- 2.7 Eficiência e flexibilidade de uso
- 2.8 Estética e design minimalista
- 2.9 Recuperação de erros
- 2.10 Ajuda e documentação
O que são as heurísticas de usabilidade?
É a partir daí que começamos a pensar em heurísticas de usabilidade, de forma a avaliar a adequação da interface de sistemas às necessidades, restrições e peculiaridades dos usuários que estão destinados a usufruir de um produto ou serviço.
Mas como podemos garantir que as pessoas estão realmente utilizando estes produtos e serviços da melhor maneira possível? Para isso, precisamos saber como os usuários os consomem.
Os usuários de sistemas digitais usam os sistemas de maneira agilizada. O conteúdo da página é absorvido rapidamente apenas com uma “passada de olho”. As pessoas localizam com facilidade o que precisam apenas reconhecendo termos ou palavras-chave sobre o que estão procurando. Além disso, nem todo mundo tem paciência e nem tempo para descobrir como as coisas funcionam. Manuais e tutoriais são praticamente desnecessários, pois descobrir por conta própria como o sistema funciona é muito mais interessante e divertido. E por fim, dado um leque de soluções, os usuários tendem a escolher a que os atende melhor, mesmo que não seja a mais adequada. Para eles, fazer o que for suficiente é MUITO mais eficiente.
A boa experiência de uso da interface também deve ser garantida no momento de sua concepção. Isso evitará possíveis inseguranças ao usuário durante seu uso, evidenciará os resultados de suas ações e fornecerá feedbacks de maneira clara e precisa.
Existem recomendações de usabilidade criadas por pesquisadores da área de design de interação que nos iteram sobre características positivas em interfaces, a fim de garantir a boa experiência de uso. Essas recomendações são conhecidas como heurísticas de usabilidade. As mais conhecidas e utilizadas são as 10 heurísticas de Jakob Nielsen, pesquisador considerado o pai da usabilidade.
As heurísticas de Nielsen
Visibilidade do estado do sistema
É um indicativo de onde o usuário está, de onde ele veio e para onde ele pode seguir. O player do YouTube é um ótimo exemplo, pois ele indica qual é o vídeo que você está assistindo, quais outros você pode assistir e quanto falta para você assistir o próximo. Outro exemplo prático são os breadcrumbs, que indicam o caminho do usuário ao longo das páginas de um site.
Compatibilidade entre o sistema e o mundo real
A compatibilidade (ou correspondência) entre sistema e mundo real é o quanto os elementos e atributos presentes na interface lembram coisas que vemos no dia a dia. Alguns exemplos seriam a utilização de ícones com imagens que correspondam sua forma e função. As técnicas de UX Writing também são bons exemplos, pois utilizar palavras que estejam no vocabulário do usuário faz com que a interface do sistema esteja mais próxima do contexto dele.
Controle e liberdade para o usuário
A interface deve ser flexível às ações do usuário. Ele deve ter facilidade em manusear o sistema da maneira que lhe achar mais conveniente. Por exemplo: ao apagar um e-mail super importante de sua caixa de entrada, você pode recuperá-lo tanto pelo famigerado Ctrl+Z quanto pela seção de Apagados ou Excluídos.
Consistência e padronização
A consistência e a padronização existem para que o usuário consiga entender apenas uma vez os padrões utilizados na interface, sem gastar muito esforço cognitivo para aprender diversas coisas. Uma vez aprendido, será algo replicável em outros contextos. Manter a interface do seu sistema parecido com o que os demais sistemas já usam tendem a tornar o seu produto mais intuitivo. Um guia de estilos ou design system é um ótimo exemplo dessa heurística.
Prevenção de erros
Essa heurística se referencia à capacidade que a interface deve ter de ajudar os usuários a não cometer erros. Sempre que o usuário for realizar uma ação que terá uma consequência significativa, é importante que o sistema o alerte sobre o que poderá acontecer. Um exemplo dessa heurística são os modais de confirmação de ações.
Reconhecimento em vez de memorização
A interface de um sistema deve ser clara e intuitiva o suficiente para que o usuário seja capaz de reconhecer elementos, ações e opções. Qualquer informação que precise ser memorizada poderá exigir esforço mental, que por sua vez pode acarretar em um desgaste do usuário na utilização do produto. Como exemplo, o histórico de pesquisa de um navegador auxilia o usuário a revisitar pesquisas e sites previamente acessados.
Eficiência e flexibilidade de uso
O sistema deve ser manuseável tanto por usuários iniciantes quanto por usuários mais experientes. Leigos precisam de informações mais detalhadas e bem exibidas, enquanto os mais experientes podem acessar funções por meio de atalhos no teclado, como o famigerado Ctrl+Z.
Estética e design minimalista
O design minimalista de uma interface contribui em manter o foco na informação essencial. Quanto mais informação tivermos em uma página, maior será o tempo gasto pelo usuário para analisá-las. Sites com muito texto corrido concentra a atenção do usuário no próprio texto, sem chance de dispersão. O Medium é um site bem estruturado nesse aspecto.
Recuperação de erros
Essa heurísticas de usabilidade orienta que a interface ajude o usuário a lidar com erros que possam ocorrer para os casos da ação de “Desfazer” não ter funcionado. Exemplificando, os formulários de cadastro normalmente reportam quais campos estão preenchidos erroneamente, facilitando para o usuário ver onde ele errou e o que deve ser feito para corrigr o erro.
Ajuda e documentação
Por fim, a documentação existe para os casos onde o usuário precise de auxílio no manuseio e uso de um sistema. É desejável que o sistema seja intuitivo o suficiente para que o usuário não precise de ajuda. Mas se mesmo assim ele continuar tendo dificuldade, então é melhor que exista algum recurso que lhe sirva de apoio. No caso, um tutorial ou seção de ajuda.
Estes conceitos são fundamentais para a construção de um sistema digital e sua interface de comunicação com os usuários, garantindo a boa percepção e adesão deles ao produto proposto. Mas lembre-se: as heurísticas são apenas referências. Sempre que possível, o recomendado é testar sua interface com o usuário para reduzir as incertezas e validar suas hipóteses.
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