Growth Hacker: Por que é importante ter um atuando no seu produto?

Por Aline Mendes|
Atualizado: Jul 2023 |
Publicado: Jun 2022

Growth Hacker é um profissional que aplica técnicas de “Growth Hacking”, que é o ato de encontrar e explorar brechas, cortes e espaços. Ou seja, investigando a jornada de produtos e serviços é possível encontrar “meios” para crescimento e aumento do sucesso dos mesmos.

Desmistificando o Growth Hacker: Afinal, onde surgiu e o que é Growth Hacker?

“Growth” significa crescimento e “Hacker” vem da palavra em inglês “Hack”, que significa “cortar” de forma irregular ou grosseira. O significado da palavra Hacker, se popularizou no mundo da tecnologia como pessoas que tem muita inteligência e interesse nessa área.

Sean Ellis, é conhecido como o “pai” do Growth, por desenvolver o método growth hacking e incentivar diversas empresas a utilizá-lo. Após trabalhar em empresas no vale do silício como Dropbox, Uproar, LogMein, fundou a growthhackers.com, que é o maior portal sobre growth do mundo.

Ele também impulsionou a utilização do método por profissionais que trabalharam/trabalham nas principais empresas inovadoras que mais crescem no mundo como facebook, eventbride, airbnb, uber, Pinterest, linkedin, entre outras. 

Sean estudou muitas plataformas e experimentou diversas formas de gerar crescimento e, devido ao seu conhecimento vasto, consegue ajudar muitas empresas a terem sucesso com estratégias a baixo custo, mas diretamente relacionadas a experiência dos usuários que são os clientes dessas empresas.

De fato, growth não é um método onde se utiliza uma bala de prata que é responsável pelo aumento repentino de receita, ou pela otimização de horas de trabalho.
Para se trabalhar com growth é preciso experimentar continuamente. É fazendo experimentos e analisando dados que se adquire cada vez mais inteligência sobre o produto, negócio e clientes.  

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É possível ser ágil com a metodologia growth? 

Lembra que o tema desse texto é growth sendo aplicado no produto? Pois bem, growth tem tudo a ver com ser ágil. É sobre fazer o melhor, da melhor forma, de uma forma que funcione e se adapte no mercado. Para isso, testar e aprimorar o produto constantemente é fundamental. É assim que descobrimos rapidamente se uma estratégia dá certo ou não em situações onde se há muitas hipóteses ou dúvidas.  

Para se tornar um negócio viável é preciso “testar” o mvp certo? Assim descobrimos se ele tem “Market Fit”, ou seja, se realmente esse produto é interessante para os clientes; se ele consegue clientes para sustentar o negócio. Após descobrir o market fit ou adequá-lo ao market fit ideal, o growth vem para acelerar o crescimento. Isso quer dizer que, com diversos experimentos e análise de dados qualitativos e quantitativos podemos fazer melhorias na jornada de forma a tornar o produto mais rentável, sustentável, aumentando também a sua demanda, ou atingindo mais públicos semelhantes. 

Growth não faz milagre e não atua sozinho. É preciso ter em mente que é necessário ter uma equipe multidisciplinar para que a metodologia funcione. Isso é inclusive mencionado no livro do Sean Ellis e Morgan Brown “Hacking Growth”, que é um livro iniciante para quem quiser iniciar o aprendizado de crescimento.  

É necessário conhecimento técnico sobre o funcionamento do produto, se integrando áreas para que o olhar para crescimento foque nas reais dores dos clientes, produto, negócio, também em necessidades e inovações. O growth rompe barreiras de se trabalhar em áreas totalmente separadas. É preciso ter bastante conhecimento e domínio de onde está atuando. Com o tempo, growth hackers começam a entender tudo sobre o produto e podem ajudar a alavancar a empresa.

Growth hacking: como aplicar? 

Para aplicar growth hacking é necessário ter uma equipe multidisciplinar. Por isso, faz tanto sentido ter um growth dentro de uma equipe de produto. Mas, calma, vamos chegar lá. Além disso, é preciso colher dados qualitativos e quantitativos para entender comportamentos e preferências de quem utiliza o seu produto. E, ainda, é preciso conseguir ter ideias de testes promissores, que possam ser executados rapidamente, com métricas de validação para analisarmos os resultados e executarmos uma tomada de ação com base nelas. 

O processo de growth se consiste em um ciclo de 4 etapas principais: 

  • Ideação: Nessa etapa vamos trabalhar a geração de ideias, respondendo as dúvidas que temos sobre a jornada 
  • Priorização: Nessa etapa vamos priorizar as melhores ideias e modelar os primeiros testes 
  • Teste: Nessa etapa precisamos fazer a preparação e eliminar os impedimentos antes de realizar o experimento. Após definir um roteiro e alinhar com a equipe como será feito, iniciamos os testes 
  • Análise: É nessa etapa que adquirimos o aprendizado do experimento e definimos os próximos passos

Processo ciclico de growth hacker

Growth Hacker: Por que ter um atuando no time de produto?

Saber como funciona o processo de growth é o primeiro passo para começar a aplicar estratégias de crescimento em seu produto. Ter um profissional com experiências em testes e análises de dados (um growth hacker) também é fundamental. Mas, qual a diferença em ter esse profissional em um time de produto e não apenas em um time centralizado de crescimento? 

  Em muitas empresas é comum vermos um time centralizado, onde growths estudam formas de potencializar o valor gerado em diversos produtos, sistemas, negócio. Só que há uma diferença quando temos um growth alocado no dia a dia do time de produto. Primeiro, porque esse growth passa a participar de ritos do time e entender como funciona a operação, o que está sendo priorizado, quais os discoveries estão sendo realizados, qual a visão de valor para o negócio e para os stakeholders envolvidos.  

Growth e o ágil

  A partir daí, o growth começa a se encaixar no desenvolvimento ágil, uma vez que começa a fornecer análises estratégicas e métricas de relevância sobre o produto para todo o time e mostrar para o negócio, como o que foi desenvolvido impactou positivamente ou negativamente o produto. Dessa forma, o Discovery contínuo já começa a acontecer com maior fluidez, já que passamos a medir a performance do produto, não apenas olhando para o OKR de interesse. Passamos a investigar vários números importantes do produto e ver alterações de forma rápida. 

  Contudo, ainda é possível desenvolver experimentos alinhados com o time de design e priorizados junto ao P.O. do time, para validações antes mesmo de uma feature ser desenvolvida. O interessante é que nesses experimentos ganhamos muito aprendizado e inteligência sobre o produto e nossos clientes. O conhecimento sobre o que funciona ou sobre o que não funciona, através da validação de hipóteses torna o nosso produto ainda mais promissor ao crescimento. 

  Também é possível que a P.O. do squad priorize algumas demandas de acordo com os dados do produto, visando o que irá gerar maior valor. Ao invés de desenvolver a partir de um cenário incerto, cheio de hipóteses, ao olhar os dados é possível perceber onde estão gargalos e deixar o desenvolvimento mais seguro.  

Ter um growth hacker atuando no time de produto, possibilita: 

  • Time ainda mais ágil, a partir de muito conhecimento e testes, desenvolvimento uma inteligência sobre toda jornada do produto 
  • Product-Market Fit adequado, ou seja, um produto que atende as necessidades do mercado 
  • Possibilidades de crescimento, a partir de investigações de brechas e ações promissoras para ampliar a geração de valor 
  • Acompanhamento analítico, a partir de métricas de produto em pontos chaves, como a north star metric e métricas relacionadas 
  • Priorização inteligente, a partir de hipóteses validadas e métricas que irão direcionar os esforços para o P.O. 
  • Visão de Produto consolidada, uma vez que temos um profissional dedicado para a geração de valor em toda a jornada do produto 
  • Entendimento melhor dos clientes ou stakeholders envolvidos e dados qualitativos e quantitativos para designers fazerem um upgrade nas personas  
  • Time de desenvolvimento data-driven, uma vez que os relatórios de métricas de produto e experimentos também são apresentados para o time criticar 

E agora?

Dessa forma, se o seu produto já tem um market fit, está na hora de pensar em um growth para seu time alavancar o crescimento. Lembrando que esse profissional também pode ajudar a encontrar o market fit ideal, ainda que sua atuação seja melhor desenvolvida quando o produto não é mais um mvp, mas quando está em evolução. Se você deseja fazer o melhor produto, focado em seus clientes ou em quem irá utilizá-lo, fornecendo a melhor experiência, ou encontrando, até mesmo, outras formas de geração de valor, novos produtos relacionados, que irão atender dores reais dos usuários: você precisa de um growth no seu time.

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