Atuação do Design e Produto na construção do Produto Certo

Por dti digital|
Atualizado: Jul 2023 |
Publicado: Set 2022

O que é um produto certo? Produtos Digitais que concilie a necessidade de quem irá utilizá-lo com o que é mais estratégico para uma empresa, gerando valor e um retorno concreto que justifique o investimento no produto. Na dti, construímos os Produtos Certos por assegurar que os princípios de Design e de Produto estão presentes na construção de todas as soluções.

Design Thinking na construção para Produtos Digitais

Uma abordagem muito usada pelas equipes para a construção de produtos é o Design Thinking. E o motivo é claro, precisamos garantir as que as pessoas corretas estejam presentes para discutirmos o problema/oportunidade de forma objetiva e em conjunto nos provocarmos a sair do lugar comum, buscando a inovação.

O Design Thinking visa fomentar a exploração e entendimento de problemas de forma cocriativa , antes de levantarmos as hipóteses de solução, experimentação, e finalmente chegarmos em uma entrega. Apesar de parecerem muitas etapas, não se engane, um dos pilares desta abordagem é que estejamos sempre mantendo o foco e otimizando os esforços.

Um dos principais ganhos que podemos notar é que o Design Thinking nos ajuda a evidenciar as etapas do desenvolvimento de produtos digitais, auxiliando dos times a construírem soluções assertivas.

O processo de design thinking pode ser estruturado de várias maneiras, mas o framework adotado pelo dti baseia-se no Triple Diamond.

Esse diagrama está divido em três macro etapas:

  • Espaço do problema;
  • Espaço da solução;
  • Aprendizados.

Triple Diamond utilizado na construção do Produto Digital

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Espaço do problema

Abordagens

Algumas técnicas de pesquisa, qualitativas e quantitativas, podem ser aliadas no processo de explorar e entender o problema. Afinal de contas, a pesquisa nos ajuda a evoluir do “eu acho” para “nosso cliente nos relatou isso”, “nossa pessoa usuária vivenciou aquilo”.

Uma boa estratégia de kickoff, é iniciar a pesquisa levantando quais perguntas o grupo deseja responder ao final do processo cocriativo, assim fica mais fácil saber a hora de parar e entrar em uma nova etapa. Outro ponto importante é estar por dentro do que já existe de documentação e aprendizado sobre o problema, buscando assim somar os aprendizados.

Além das pesquisas, esta etapa também é excelente para promover alinhamento entre as áreas envolvidas no cenário. Para otimizar o tempo deste grupo, tente equilibrar os momentos assíncronos e síncronos, compreendendo o que é essencial que seja discutido em conjunto e o que pode ser aprofundado com uma pessoa/grupo menor. Assim o processo se torna menos cansativo.

Entendendo o problema

O espaço do problema, é também um espaço da incerteza. A incerteza, é nosso ponto de partida para buscar um entendimento mais profundo de um determinado incômodo ou dor que afeta diretamente o usuário.

Partir para a solução sem o espaço do problema ter sido explorado, traz riscos desnecessários, falta de foco, e, consequentemente, desperdício de recursos.

Portanto, mergulhar no espaço do problema, envolve primeiramente ter empatia e curiosidade sobre o cenário. Não adianta querer criar uma solução sem entender quem irá utilizá-la e, sem compreender como uma empresa pretende gerar valor e ter retorno para o negócio. Esta etapa requer uma abordagem de: “só sei que nada sei”, tomando o cuidado de não deixar os vieses interferirem no entendimento, te levando a presumir que o comportamento das pessoas será o mesmo que o seu em relação a um problema, uma ideia ou solução

Definindo um recorte

Lembre-se: Esta etapa tem como principal objetivo delimitar o problema para o qual iremos propor uma solução. É comum que estejamos empolgados e motivados a criar soluções de impacto, mas precisamos delimitar qual será nosso foco neste primeiro momento, assim economizamos tempo, mantemos o foco e temos a oportunidade de testar mais rapidamente a solução.

Em conjunto com o grupo tentem definir qual é o tópico central que precisa ser atacado primeiro, e atenção, não vale criar frases genéricas! Lembre-se de que quando tudo é prioridade, nada é prioridade.

Espaço da Solução na construção de Produtos Digitais

Ideação

A ideação, apesar de estar representada nos diagramas como uma etapa à parte, é um processo que ocorre o tempo todo. E a fim de preservar ideias que surgem antes desta fase, podemos manter boards para registrá-las, visto que elas podem ser muito úteis quando tivermos estabelecido qual o problema iremos atacar.

Ainda, o processo de ideação é uma ótima maneira do grupo sair do lugar comum das primeiras ideias, buscando assim soluções mais inovadoras. Nosso objetivo nesta etapa é gerar muitas ideias, estimulando a suspensão temporária do julgamento.

Queremos começar gerando uma grande pilha de ideias. Além disso, vamos escolher o que for mais relevante para o cenário. Por outro lado, já adiantamos que aprender a abandonar ideias é uma habilidade crucial para o processo de chegar à solução adequada. Para atender a esse objetivo, não buscamos a ideia perfeita; em vez disso, buscamos identificar rapidamente ideias interessantes que possam se encaixar nos objetivos do projeto. Assim, serão “boas o suficiente” para iniciar uma experimentação.

Experimentação e testes

Ideias promissoras se tornaram hipóteses de solução. E para que uma ideia se torne uma hipótese, alguns critérios devem ser considerados.

  • Necessidade do usuário

Em primeiro lugar, é importante alinhar uma ideia de solução promissora às necessidades dos usuários. Entretanto, não basta apenas alguém poder usar sua solução, é fundamental garantir que ela realmente será utilizada. Como nosso objetivo é construir o Produto Certo, devemos constantemente lembrar das demandas e dores reais que nos motivam. Utilize os conhecimentos adquiridos na etapa de entendimento do problema para priorizar quais dores e necessidades serão abordadas em cada proposição.

  • Viabilidade técnica

Então, a provável solução precisa ser tecnicamente viável. Para garantir essa viabilidade, a Engenharia tenta responder a questões como:

    • Nós sabemos como vamos construir isto?
    • Nós temos as habilidades necessárias para construir isso em nosso time?
    • Nós temos tempo suficiente para construir isso?
    • Nós precisamos de mudanças arquiteturais para construir isso?
    • Existem muitas dependências envolvidas na construção disso?
      Entre muitas outras

Este processo de entendimento da viabilidade técnica precisa ser feito a todo momento, sendo um critério essencial para ideias sejam priorizadas. Precisamos saber se o time de engenharia não irá identificar grandes problemas para a construção da solução, seja porque já tenham feito algo semelhante antes ou porque entendem que o desafio não apresenta grandes riscos.

  • Objetivo de negócio

Boas hipóteses são alinhadas aos objetivos de negócio. Além disso, todo produto tem como finalidade gerar retorno para o negócio e produzir resultados para as organizações. É fundamental que uma solução seja viável comercialmente para ter potencial de sucesso. No entanto, para verificar se estamos no caminho certo, é importante ter métricas de sucesso que nos orientem ao longo do percurso.

  • Mitigar riscos

O processo necessário para construir a solução precisa ser transparente para os stakeholders, com todos os riscos e planos de ação compartilhados. Ao definir hipóteses de solução com alto grau de inovação, precisamos tentar antecipar os riscos associados à construção da solução. Deixando claro para os stakeholders quais são os riscos que serão assumidos e quais são os planos para mitigá-los ou contorná-los.

Hipóteses precisam ser validadas por meio de experimentos e teste, pois assim você poderá começar a aprender e corrigir rápido a rota

Aprendizados na construção de Produtos Digitais

E falando em aprendizado, todo processo de design thinking baseia-se em aprender e reagir aos aprendizados. Descobrir, todos os dias, os problemas certos a serem resolvidos e não resolver todos os problemas.

O fluxo entre o espaço do problema e o espaço da solução itera, e para manter um produto evoluindo de maneira coerente e assertiva, é necessário que os aprendizados ocorram constantemente. Apesar de ilustradas com etapas sequenciais em alguns momentos, o entendimento do problema e o desenvolvimento da solução funcionam efetivamente de forma cíclica.

Ou seja, os aprendizados de uma etapa alimentam as ações que serão adotadas na outra. Tenha sempre em mente que esse processo cíclico nos ajuda a sair da esfera da incerteza para a esfera de maior confiança, gerando insumos para aprendizados importantes no fluxo de desenvolvimento do produto.

Ciclos de aprendizagem e geração de valor na construção do Produto Digital

Construindo o MVP de Produtos Digitais

A melhor maneira de gerar aprendizados rápidos é por meio do MVP (Mínimo Produto Viável). Construir produtos digitais mínimos permite testar a viabilidade econômica e a aceitação dos usuários. Apesar de ainda ser bem simples, ele já possui todas as características necessárias para resolver as dores mais latentes dos clientes. Assim, podemos então avaliar o quanto eles estarão dispostos a pagar por esse produto.

A criação de um produto, começando pelo MVP, é mais segura do que ansiar pela entrega de uma aplicação inteiramente fechada, rica e completa. Isso ocorre porque a evolução de produtos digitais é baseada nos aprendizados e na “percepção” do próximo passo mais relevante e prioritário. Essas ações indicarão se estamos construindo o produto certo e se nosso roadmap de evolução está alinhado com as expectativas.

MVP de Produtos Digitais lançado, e agora?

O lançamento do produto marca o início da interação com o usuário, não o final do processo. Além disso, é importante coletar métricas para garantir que os próximos passos estejam coerentes com as percepções obtidas por meio dos dados de pesquisa. Portanto, é essencial assegurar que os resultados visados estejam sendo alcançados. No entanto, caso existam resultados indesejados, é hora de repensar se as evoluções do produto estão coerentes com a utilização e dores dos usuários. Dessa forma, é necessário reavaliar, aprender mais e repriorizar, a fim de alcançar os objetivos desejados.

Conclusão

Construir Produtos Digitais considerados “produto certo” não é nenhuma receita de bolo. Não existe manual, apenas boas práticas que nos ajudam a alcançar a tão sonhada excelência e resolução dos problemas dos usuários. Portanto um problema bem explorado e entendido, elimina riscos futuros de soluções que não entregam valor. Não pular etapas é essencial.

Para implementar um produto e manter sua saúde, é necessário ter consistência e paciência. Você terá que fazer iterações, realizar melhorias e fazer mudanças de direção quando necessário. Não se frustre, pois o processo como um todo é uma maratona, e não uma corrida de 100 metros.

Por: Nayara Santos e Cecília Anjos

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